José Leonildo Pereira participava de missão religiosa no Haiti, mas teve que deixar paísArquivo Pessoal
Tiroteios praticamente todos os dias, falta de água e comida praticamente no fim. Este era o cenário da vida no Haiti, segundo um dos sete brasileiros retirados do país caribenho, em dois helicópteros, nesta quarta-feira (10).
“A gente se assustou em várias situações. Estávamos no trabalho e uma bala passou bem perto de nós, perfurou a porta e caiu do nosso lado. Os tiroteios eram quase diários”, contou à CNN o cearense José Leonildo Pereira, de 51 anos.
Pereira conversou com a CNN durante o trajeto de cerca de cinco horas de ônibus entre a cidade Jimaní, já do lado da fronteira da República Dominicana com Haiti, até a capital dominicana São Domingos.
O cearense estava trabalhando como voluntário com uma missão religiosa no Haiti há três meses. Ele conta que foi ao país caribenho ciente dos perigos, mas como já havia risco de viver em situações extremas, optou por deixar o país.
A água, que chegava em caminhões-pipa começou a faltar, e a comida já estava a ponto de acabar. Hospitais da cidade foram saqueados, após gangues tomarem conta da capital.
Os grupos armados incendiaram veículos e moradias, e controlam as ruas. Após ataques, o Aeroporto Internacional Toussaint Louverture e o porto foram fechados. As estradas que levam a capital Porto Príncipe também estão bloqueadas.
O país, que já era o mais pobre das Américas, agora deixou de ser abastecido e, sem nenhuma rota aberta de entrada e saída, deposita esperanças na chegada de ajuda humanitária por helicóptero.
A Comunidade do Caribe (Caricom) anunciou um acordo para a criação de um conselho de transição com representantes de diferentes movimentos políticos, mas o país segue sem liderança.
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