Presidente argentino, Javier Milei07/02/2024REUTERS/Ammar Awad
Os legisladores também apoiaram alguns artigos importantes do megaprojeto de lei enquanto a votação dos detalhes do texto continua.
O projeto de lei, que o libertário Milei espera que ajude a atrair investimentos e a conter a inflação no país sul-americano atingido pela crise, será aprovado no Senado se um número suficiente de artigos for sancionado individualmente.
Milei, um economista libertário que venceu uma eleição surpreendente no ano passado prometendo sacudir o país, tem apenas uma minoria no Congresso, mas ganhou o apoio de aliados na Câmara dos Deputados após meses de negociações e concessões sobre o pacote de reformas, que foi rejeitado em uma votação anterior em fevereiro no Senado.
“Este apoio permitirá que Milei governe”, disse à Reuters a deputada conservadora da Câmara dos Deputados, Victoria Borrego, referindo-se à capacidade do presidente de obter apoio político.
O pacote de reformas, que deverá enfrentar uma oposição mais forte no Senado, daria ao Executivo o poder de reestruturar ou privatizar organismos públicos, aliviar a burocracia para atrair investimentos e ajustar as regulamentações trabalhistas.
Os legisladores ainda terão de votar um pacote fiscal separado que aumentaria os impostos sobre os trabalhadores com rendimentos elevados, uma proposta que encontrou forte oposição dos sindicatos locais, e reduziria drasticamente a taxa sobre os bens pessoais.
A Argentina está sofrendo com uma inflação anual próxima dos 300%, que Milei pretende reduzir com dura austeridade, embora isso já tenha atingido o consumo, a indústria e a atividade econômica.
A pobreza também está aumentando à medida que a inflação mina os rendimentos reais.
“Votar esta lei é legitimar um projeto que não resolve os problemas dos argentinos, nem a pobreza nem a inflação”, escreveu no X (antigo Twitter) o membro da oposição peronista Santiago Cafiero, ministro do governo anterior.
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