
Os efeitos negativos causados pela seca que assola a região Norte do país já afetaram mais de 800 mil pessoas e vem causando muitos prejuízos econômicos, que ultrapassaram mais de R$ 298,6 milhões nos Municípios da região. Os Estados mais afetados pela seca em 2023 foram o Acre, Amazonas, Pará e Rondônia, causando muitos danos às propriedades rurais.
A falta de chuvas nos últimos dias está causando um grave desequilíbrio hidrológico, e levou a uma baixa severa nos níveis de vários rios, como Solimões, Purus, Madeira e Amazonas, sendo o mais afetado o Rio Negro, localizado na região amazônica, e que alcançou o nível mais baixo dos últimos dez anos. O rio apontou a cota de 13,59 metros, superando em quatro centímetros a maior seca histórica anterior, registrada em 2010, de 13,63 metros.
Isso favoreceu o aumento de incêndios florestais, perdas de produção e financeiras na agropecuária, suspensão nos serviços essenciais, como abastecimento de água potável para consumo humano, produção de alimentos, transtornos sociais, econômicos, degradação ambiental, além da perturbação do bem-estar da população afetada.
A Confederação Nacional de Municípios (CNM) destaca a situação de decretos de emergências., que já totalizam 74, sendo divididos desta forma:
- AM: 35 decretações
- AC: 23 decretações
- PA: 15 decretações
- RO: 1 decreto
Entre janeiro e outubro deste ano, a seca afetou mais de 804,2 mil de pessoas em toda região, sendo:
- AC: 530,4 mil afetados
- AM: 250,5 mil afetados
- PA: 23,2 mil afetados
- RO: não foi informado
Prejuízos
A seca já soma mais de R$ 298,6 milhões na região. Ao se comparar os prejuízos causados nos Estados afetados é possível verificar que no Amazonas foi R$ 217,2 milhões, correspondendo a 72,7% do total. O Acre com R$ 74,1 milhões, correspondendo a 24,8% e o Pará com R$ 2,6 milhões, correspondendo a 0,8% do total.
Do total em prejuízos, analisando os danos causados, a CNM destaca os serviços essenciais mais afetados. O setor da agricultura foi o mais afetado, com R$ 154,9 milhões do total, correspondendo a 51,8%; seguido pela pecuária, com R$ 65,2 milhões (21,8%); do setor de ensino, com R$ 20 milhões (6,8%) do total; e do abastecimento de água, com R$ 10,9 milhões, correspondendo a 3,6% do total.
A Confederação atua para que sejam disponibilizados por parte dos Estados e da União recursos financeiros e ações humanitárias para minimizar os efeitos causados pela seca na região, pois todos Municípios afetados estão sofrendo com severos danos e prejuízos, em especial na agricultura e no abastecimento de água para consumo humano e animal.
A CNM propõe intervenções para a redução da fragilidade dos sistemas de produção e a busca por oportunidades econômicas que demonstrem mais resiliência aos fenômenos da seca. Ressalta-se que a diversidade do quadro natural e social da região Norte requer alternativas diferenciadas de inovações técnicas e ações de políticas públicas integradas aos programas de desenvolvimento governamentais e da sociedade civil que podem reduzir os efeitos do fenômeno da seca, sobretudo, à população rural.

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