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Sexta-feira, 25 de Abril de 2025
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Especial F1- 2025: Brasil volta ao Mundial que espera briga quádrupla pelo título

Mundial vive ano de transição, mas gera grande expectativa com estreias de seis pilotos e disputa entre McLaren, Red Bull, Mercedes e Ferrari

Helio Carioca
Por Helio Carioca
Especial F1- 2025: Brasil volta ao Mundial que espera briga quádrupla pelo título
Attila KISBENEDEK / AFP
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Bernardo Bercht

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Uma Fórmula 1 em plena transformação terá sua largada, neste domingo, num dos palcos mais tradicionais de início de temporada, o GP de Melbourne, na Austrália. Será o último ano do atual regulamento antes de novos carros e motores, mas com um grid todo reformulado.

Enquanto medalhões tentam consolidar sua lenda, Lewis Hamilton e Max Verstappen, a juventude pede passagem com seis pilotos abrindo sua primeira temporada completa. E o Brasil todo está na expectativa para um deles: Gabriel Bortoleto, que devolve o país ao grid após um hiato de cinco anos.

O mais badalado é Kimi Antonelli, lançado precocemente pela Mercedes aos 18 anos. Mas enquanto o italiano foi sexto na Fórmula 2, o campeão da categoria de acesso foi Bortoleto. O adversário nessa disputa foi o francês Isack Hadjar, que também subiu de categoria, com Racing Bulls. Entre os demais "estreantes", Jack Doohan (Alpine), Oliver Bearman (Haas) e Liam Lawson (Red Bull) já tiveram experiência de algumas

provas no Mundial. A média de idade da turminha é de 20,3 anos. E as piadas e memes sempre aparecem na comparação com o veterano bicampeão Fernando Alonso. Nenhum deles era nascido quando o espanhol estreou na F1, em 2001, com a extinta Minardi.

Quando os carros forem à pista, começa a se revelar a grande charada de 2025. Muitos dão favoritismo à McLaren, pelo ritmo dos testes, mas ninguém consegue deixar de apostar numa briga quádrupla, com Ferrari, Mercedes e Red Bull. As adversárias de Lando Norris e Oscar Piastri mostraram mais dificuldades durante os três dias de treinos no Bahrein, mas todas com potencial para ganhar corridas. George Russell teve uma Mercedes muito estável e competitiva. Hamilton figurou sempre entre os mais rápidos, mesmo que a Ferrari tivesse um comportamento mais nervoso. Por fim, Max Verstappen, o tetracampeão, nunca é carta fora do baralho com a Red Bull.

‘Minha vida dedicada a isso’

O Brasil está de volta ao grid da Fórmula 1. Foi com velocidade, com resultados, mas principalmente com o cérebro que Gabriel Bortoleto, de 20 anos, chegou ao Mundial, a bordo do carro da Sauber, que em breve será o time da gigante alemã Audi. “Minha vida inteira foi focada em automobilismo”, destaca o campeão da Fórmula 2 em 2024. Vencida, claro, nos milésimos de segundo, mas também na força mental do brasileiro. “Sempre tive essa questão de estudar as pistas, estudar os meus concorrentes, estudar o regulamento do campeonato para saber o que posso me beneficiar ou não”, enfatiza Bortoleto. “Antes de uma temporada, tento ler o regulamento umas duas vezes para entender tudo”, acrescenta.

 
Gabriel Bortoleto | Foto: William West / AFP / CP

Desde que chamou a atenção nas primeiras vezes na Europa, o piloto de Osasco (SP) cavou seu espaço com decisões estratégicas, mais do que com velocidade. Os campeonatos vieram com regularidade e na superação psicológica dos oponentes. Em um país que sente nostalgia pelo arrojo e velocidade puros de Ayrton Senna, talvez a comparação mais favorável de Bortoleto seja com um certo Alain Prost, rival inesgotável do tricampeão brasileiro.

Quando o título da F2 parecia pressionado, no ano passado, a reação veio com uma prova tática brilhante, em Monza, na Itália. Isack Hadjar tentava reduzir a desvantagem no topo e Bortoleto largava na última posição. Ele vislumbrou a chance de parar nos boxes depois de todo mundo e voltar atropelando para vencer da pior posição de grid na história da categoria. O francês não se recuperou até o fim do ano. Na prova final, em Abu Dhabi, a Internet ainda brinca que ele está procurando a bandeira quadriculada, enquanto o brasileiro levanta o troféu.

Desde 2017, com Felipe Massa, o Brasil não tinha um piloto na temporada completa da Fórmula 1. Em uma breve participação especial, Pietro Fittipaldi foi o último representante do país a alinhar no grid, em 2020. Bortoleto sabe que terá uma missão difícil, com o carro que por enquanto é o pior entre as 10 equipes. Mas, junto com o veterano Nico Hulkenberg, não vai faltar dedicação para escalar o grid. “Tento me esforçar ao máximo para não me arrepender depois e pensar ‘putz, eu poderia ter feito mais’”, avalia. “Se eu me arrepender, que seja porque me esforcei demais e não porque faltou dedicação”, pondera. Nos treinos do Bahrein, ele buscou o limite o tempo todo, mas sem nunca errar com saídas ou rodadas que danificassem o Sauber C45.

Um aliado importante na chegada à F1, por sinal, agora vai se tornar rival direto no grid de largada. Fernando Alonso é o “manager” da carreira do brasileiro e deu vários conselhos ao longo de 2024. Agora, as dicas devem diminuir, com as batidas de roda na pista. “Acho que toda a gravação e entrevista que tenho cita o nome dele, mas faz total sentido porque ele é uma lenda da Fórmula 1”, elogia Bortoleto. “A minha relação com ele é bem tranquila, muito boa. A gente sempre conversa antes das corridas, ele escuta um pouquinho de como as coisas estão indo”, explica. “Acho que é uma relação assim. Não encho muito a paciência dele, porque sei que ele é um cara muito ocupado, mas sempre que eu tiver uma pergunta importante, mando e ele responde na hora. É um cara nota 10 com essas coisas”, define.

Por sinal, em 2024, uma das primeiras sessões de dicas foi exatamente na Austrália. “Em Melbourne, ele me falou: ‘Olha, cuidado, nessa curva aqui, ela vai fechando do nada e aí você pode pisar na grama e rodar, então toma cuidado’.” A fama de ranzinza, segundo Bortoleto, é para incomodar os rivais na pista. “Nada, nada, nada... Ele é gente boa, um cara nota 10. Tem fama de malvadão na Fórmula 1, né? Mas não é! Só fama. É um dos caras mais gentis, te garanto. Dos menos ‘estrela’ e mais tranquilos da Fórmula 1”, garante.

Em breve conversa em Interlagos, no ano passado, Bortoleto brincou sobre estar no grid com Alonso, que talvez demorasse, mas que duvidava da sua aposentadoria antes. “O Alonso vai estar com 52 anos e ainda vai estar correndo! Capaz que eu me aposente e ele continue lá.” Profecia concretizada, vão correr lado a lado na Fórmula 1.

Hamilton vive sonho vermelho por 8º título

Vencer usando vermelho... o último desafio da carreira? Nada de final. O heptacampeão Lewis Hamilton está na Ferrari para um recomeço. O piloto britânico vai em busca do recorde de títulos na Fórmula 1 e trata como um “sonho tornado realidade” a jornada no time mais famoso do esporte a motor. “Me sinto revigorado. Tudo é novo e de uma forma positiva”, comentou, ainda no lançamento das equipes, em fevereiro. Depois de três temporadas de brigas com o carro da Mercedes, que nunca agradou nesse novo regulamento, na Itália, o heptacampeão parece ter recuperado o entusiasmo, às vésperas do primeiro Grande Prêmio da temporada, neste domingo, na Austrália.

 
Lewis Hamilton | Foto: Saeed Khan / AFP / CP

“Eu me sinto cheio de vida e energia porque tudo é novo”, comemorava o britânico, durante sua primeira aparição pública oficial vestido de vermelho. Desde que foi para a Ferrari, seu “sonho de infância”, o campeão de 40 anos não para de sorrir em cada uma de suas aparições, como se fosse um novato em sua estreia na elite. Durante sua reaparição, Hamilton foi filmado enquanto cumprimentava o pessoal da Ferrari com um sorriso no rosto. “Uma coisa é ver tudo isso de fora, mas quando você vive de dentro é muito forte”, comentou. “É muito incrível ver até que ponto isso apaixona todo mundo nos diferentes departamentos, as pessoas vivem e respiram a Ferrari”.

Sem esquecer dos fãs, é claro. “Tem também os ‘tifosi’”, lembrou Hamilton. “É uma experiência que eu não poderia ter imaginado.” Antes do britânico, a Ferrari já teve campeões mundiais como Alain Prost, Sebastian Vettel, Fernando Alonso e Michael Schumacher, que se tornou uma lenda na equipe italiana. Também cativou um ídolo britânico e batizou o “leão” Nigel Mansell, entre 1989 e 1990.

Mas, para os especialistas, nunca houve tanta expectativa como agora com a chegada de uma nova contratação. Milhares de ferraristas se reuniram em janeiro em torno da pista de Foriano, perto da sede da escuderia, para ver as primeiras voltas de Hamilton pilotando uma Ferrari. O próprio piloto, que assinou um contrato de “vários anos”, se encarregou de alimentar a esperança. Para a equipe de maior sucesso da F1, a seca parece não ter fim: o último título mundial de pilotos foi conquistado por Kimi Raikkonen em 2007 e o último título de construtores em 2008. Perdido por Felipe Massa entre os pilotos, para o próprio Hamilton, naquela última curva em Interlagos.

A chegada de Hamilton se deu graças à sua relação de 20 anos com o francês Fréderic Vasseur, que assumiu a chefia da equipe em 2023. Vasseur foi chefe de Hamilton na Fórmula 3 Euroseries em 2005 e na GP2 em 2006, conquistando os títulos. “Realmente tinha a impressão de que era o perfil que nos faltava”, explicou o francês. O britânico terá como companheiro de equipe o monegasco Charles Leclerc, 12 anos mais novo e que ainda busca seu primeiro título na F1. Sob a tutela da “Scuderia” desde 2016, ano em que entrou na Academia de Pilotos da Ferrari, Leclerc se tornou um protegido dos “tifosi”. Lewis elogia o “profissionalismo e maturidade” de seu novo companheiro, enquanto Leclerc, “Il Predestinato”, diz ter “vontade de correr ao lado dele” para “levar a Ferrari ao topo”.

FONTE/CRÉDITOS: Bernardo Bercht
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