O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em evento no Palácio do Planalto — Foto: Cristiano Mariz/Agência O Globo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que está pronto para "enfrentar a extrema-direita" nas eleições presidenciais de 2026, se não houver outro nome apto no partido, mas que espera "não ser necessário".
O presidente gravou na quinta-feira uma entrevista com a jornalista Christiane Amanpour, da CNN. A entrevista foi ao ar na tarde desta sexta.
— Eu tenho o compromisso de entregar esse país com economia equilibrada, menos desemprego. Vou deixar para pensar 2026 em 2026. Tem vários partidos que me apoiam, vou discutir isso com muita seriedade e sobriedade. Então, se chegar na hora e os partidos resolverem que não têm nenhum outro candidato para enfrentar uma pessoa da extrema-direita, negacionista, obviamente estarei pronto para enfrentar. Mas espero que não seja necessário. Espero que a gente tenha outros candidatos e que possa fazer uma grande renovação política no país e no mundo — disse Lula em entrevista à CNN.
O petista também afirmou que escolher um candidato jovem para competir o pleito não irá "resolver o problema":
— Governar não é praticar esporte, ou seja, não é o problema da juventude que vai resolver o problema da governança. O que vai resolver o problema da governança é a competência do governante, é o compromisso do governante, é a cabeça do governante, é a saúde e os compromissos do governante.
Lula ainda minimizou a relação entre o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e Trump, ao ser questionado se a proximidade entre os dois poderá influenciar o ex-presidente a concorrer em 2026.
— Ele era presidente e eu o derrotei — respondeu. — Se ele (Bolsonaro) estava apoiando o Trump, ele não tem voto nos Estados Unidos.
Corte de gastos
A entrevista vai ao ar no momento em que ministros estão reunidos com o presidente no Palácio do Planalto em mais uma rodade de debates sobre o ajuste fiscal.
Os encontros vêm ocorrendo há dias no Palácio do Planalto. Mas, até agora, não houve uma definição. A indefinição deixa um clima de tensão entre os ministros que podem ter suas pastas afetadas e também no mercado financeiro. A Bolsa de São Paulo, a B3, fechou em queda ontem, destoando da alta dos mercados no mundo.
Como O GLOBO mostrou nesta quinta, mudanças no seguro-desemprego e abono salarial (o abono PIS/Pasep) e em programas sociais viraram motivo de embate entre ministros nas reuniões sobre corte de gastos que ocorrem ao longo desta semana no Palácio do Planalto.
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