Tatiana Alvarenga substituiu Damares Alves no ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos e era a única mulher na mesa de reunião em que se discutiu a possibilidade de um golpe de Estado
A ex-secretária-executiva do ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Tatiana Alvarenga. Foto: Anderson Riedel/Presidência da República.
Na reunião em que a cúpula do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) discutiu a materialização de um golpe de Estado no país, realizada no dia 5 de julho de 2022, uma das participantes foi Tatiana Alvarenga, que ocupava o cargo de ministra substituta da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
Ela era, naquele ato, a única mulher sentada na mesa em que se tramou a ruptura democrática. Os outros 28 lugares, mostra o vídeo tornado público pelo Supremo Tribunal Federal, eram ocupados por homens, em especial ministros do governo Bolsonaro e militares do alto escalão das Forças Armadas.
No encontro, Alvarenga substituía a ex-ministra Damares Alves, que tinha se licenciado do governo em abril daquele ano para se candidatar ao Senado. Em outubro, Damares foi eleita senadora.
De acordo com a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, que autorizou a operação contra o entorno bolsonarista na semana passada, a reunião “nitidamente revela o arranjo de dinâmica golpista”.
Alvarenga atuou no governo Bolsonaro desde o início da gestão. Seu primeiro cargo foi como secretária executiva do Ministério de Desenvolvimento Social, quando a pasta ainda era chefiada pelo ex-ministro Osmar Terra.
Em 2020, já trabalhando no ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Alvarenga foi nomeada para o Conselho Fiscal da Casa da Moeda. Ela é economista de formação.
A reunião em questão é peça-chave para entender até que ponto o governo passado esteve envolvido ou não em uma empreitada golpista. Outro tema importante no encontro diz respeito ao uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), citado pelo l Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
A íntegra da reunião, disponibilizada pelo STF desde semana passada, também mostra a preocupação de alguns ministros com a possibilidade de que o encontro estivesse sendo gravado. Confira:
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