Em meio à crescente tensão no Oriente Médio, a embaixada dos Estados Unidos em Beirute pediu aos americanos que vivem no Líbano para que deixem o país "com qualquer passagem disponível".
Um aviso semelhante foi dado pelo secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy. Segundo ele, a situação na região "pode se deteriorar rapidamente".
O Irã prometeu uma "severa retaliação" contra Israel, a quem responsabiliza pela morte do chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã, na quarta-feira. O assassinato ocorreu horas depois de Israel matar o comandante do Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute.
Há um temor de que o grupo Hezbollah baseado no Líbano, um grupo apoiado pelo Irã, possa desempenhar um papel importante em qualquer retaliação contra Israel, o que por sua vez poderia desencadear outra resposta israelense
Neste sábado, a embaixada dos Estados Unidos afirmou que os cidadãos que decidam permanecer no Líbano devem “se preparar para planos de contingência” e estar prontos para “se abrigar no local por um longo período de tempo
A embaixada apontou que várias companhias aéreas suspenderam e cancelaram voos na região. Muitos outros estavam cheios. Porém, segundo a embaixada, “as opções de transporte comercial para sair do Líbano continuam disponíveis.”
O Pentágono, departamento de Defesa dos EUA, afirmou que enviou caças e navios de guerra para a região para ajudar a defender Israel de possíveis ataques do Irã e outros grupos.
Já o governo do Reino Unido enviou mais militares para a região, funcionários consulares e funcionários de imigração para ajudar em qualquer retirada de britânicos do Oriente Médio. O país também pediu aos cidadãos do Reino Unido para deixarem o Líbano "enquanto os voos comerciais estiverem em operação".
Dois navios militares britânicos já estão na região e a Força Aérea Real colocou helicópteros de transporte em prontidão.
David Lammy, secretário de Relações Exteriores, afirmou que "não é do interesse de ninguém que este conflito se espalhe por toda a região".
Em abril, o Irã lançou um ataque aéreo contra Israel utilizando 170 drones, 30 mísseis de cruzeiro e pelo menos 110 mísseis balísticos.
A ação foi uma retaliação ao bombardeio israelense contra um consulado iraniano em Damasco, na Síria, quando 13 pessoas foram mortas.
Muitos temem que uma nova retaliação do Irã possa assumir uma forma semelhante.
Em telefonema com o chefe de política externa da União Europeia, Joseph Borrell, na sexta-feira, o ministro-interino das Relações Exteriores do Irã, Ali Baqeri Kani, disse que o país "sem dúvida usará o seu direito inerente e legítimo de 'punir' Israel".
Na sexta-feira, um locutor da TV estatal iraniana alertou que "o mundo testemunharia cenas extraordinárias".
O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, alertou os israelenses que "dias desafiadores estão por vir... Ouvimos ameaças de todos os lados. Estamos preparados para qualquer cenário".
Os ministros de Israel foram mandados para casa neste fim de semana com telefones via satélite, no caso de um ataque à infraestrutura de comunicação do país.
As tensões entre Israel e o Irã aumentaram com o assassinato de 12 crianças e adolescentes em uma ataque às Colinas de Golã, ocupadas por Israel.
Israel acusou o Hezbollah e prometeu "severa retaliação", embora o grupo negue estar envolvido no ataque.
Dias depois, o comandante do Hezbollah, Fuad Shukr, foi morto em um ataque aéreo israelense em Beirute. Outras quatro pessoas, incluindo duas crianças, também foram mortas.
Horas depois, o chefe do Hamas, Ismail Haniyeh, foi assassinado no Irã, o principal apoiador do Hamas. Ele estava no país para assistir à posse do novo presidente do Irã, Masoud Pezeshkian.
Em uma cerimônia fúnebre de Haniyeh em Teerã, na quinta-feira, o Líder Supremo do Irã, Aiatolá Ali Khamenei, liderou as orações. Ele já havia prometido que Israel sofreria uma “punição severa” pelo assassinato.
Enquanto isso, em Gaza, 10 pessoas foram mortas em um ataque israelense a uma escola que recebia desabrigados, segundo comunicado do Hamas, neste sábado.
Os militares israelenses dizem que a escola na Cidade de Gaza estava sendo usada como centro de comando para membros do Hamas. O grupo negou que opere a partir de instalações civis.
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