Para minha querida irmã Regina Guimarães, cujo amor e carinho
INSÔNIA
Rógero Guimarães
As Crônicas de um sonhador. 2023
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Para minha querida irmã Regina Guimarães, cujo amor e carinho fizeram com que toda a minha vida valesse a pena. Sempre foi minha maior incentivadora. Minha admiração estará sempre com ela, em todos os cantos por onde for. Aqui irei lhe provar que o incrível, não é impossível.
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Dedico a meus irmãos e irmãs que, por um padrão, possuem nomes que iniciam com a mesma letra, e 3 deles nasceram em vilarejos de mineração (São Lourenço, São Domingos e Oriente Novo) Regina, Reginilson, Roberês, Richarlison, Richele e Renata; a meu pai, seu Zé; a minha mãe, dona Tereza (usava Escabim no cabelo dos filhos, para evitar piolhos), que é o alicerce dos Guimarães.
Foi neste lar que ouvi as coisas e mais ainda acerca daquilo que aqui está exposto. Por isso resolvi escrevê-las neste empreendimento, pois as lembranças fazem de nós tudo o que somos.
A lição de casa da minha família é que se as pessoas valorizassem seu lar acima do dinheiro, o mundo seria um lugar feliz, pois a única coisa que importa, são as pessoas que amamos. É lamentável que a obra não verse sobre o tema, mas mesmo assim, resolvi contar esta história, tipicamente inspirada em pessoas de alta estima.
Agradecimentos
Tenho dívidas eternas com muitas pessoas pelo apoio que recebi enquanto produzia esta obra, e já deveria ter feito isso há muitos anos. Eu creio que seja mais uma escrita de livro por associação, do que um livro propriamente dito. Aliás, acreditava que seria a descrição de uma longa jornada, e acabou se tornando a narração de algumas aventuras.
É muito difícil pensar racionalmente naquilo que não se pode recordar, e corre-se ainda o risco de se ter interpretações equivocadas de algumas situações, mas aquilo que for verdade ou não estará nos olhos de quem ler. Todas histórias precisam de um bom polimento, todas têm um pouco de ficção, e as longas mais do que a maioria.
Alguém disse que devemos ler cem livros na vida. Não cheguei a isso, e para compensar, estou disponibilizando este que vale quase por dez. Decidi que não quero ser uma página do livro da história de outra pessoa. Tenho tantas coisas pra dizer, que se eu contasse, não iriam acreditar. Mas mesmo assim, vou experimentar. E com estas páginas, vou deixar uma marca no mundo.
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A luz opaca caía debilmente sobre a página onde uma outra equação começava a se desdobrar vagarosamente, abrindo muito a sua cauda ampla. Era a própria alma a caminho da experiência, desdobrando-se pecado após pecado, abrindo muito o fardo de fogo de suas estrelas a arderem e o fechando sobre si mesmo, enlanguescendo devagar, apagando suas próprias luzes e fogos. Elas extinguiram-se; e a treva fria encheu o caos.
James Joyce, em Retrato do artista quando jovem
SUMÁRIO
Capítulo 1 – Reminiscências 07
Capítulo 2 – Os pescadores 25
Capítulo 3 – O chamado da floresta 50
Capítulo 4 – Tio Jorge 54
Capítulo 5 – Interstícios 66
Capítulo 6 – A família 69
Capítulo 7 – Sol nos Cabelos 71
Capítulo 8 – Depois do verão n 1.620
começo do fim 189
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Os acontecimentos históricos são reais.
Essa história, nem tanto.
Inspired by true events
Twentieth century
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Reminiscências
Quando acordei naquela manhã de inverno, nos primeiros dias do mês de março, era uma segunda-feira, bem perto das oito horas, com um pressentimento incomum e me deparei vivamente com algumas recordações de um passado muito impiedoso. Senti o batimento significantemente forte do meu coração e logo fui percorrido por um estremecimento injustificável de alívio. Eram fragmentos de outrora se encaixando na minha mente, como nunca tinha ocorrido antes. E confesso, por assim dizer, que era a primeira vez em toda a minha vida, que estava fazendo exatamente o que queria fazer. Lembrei-me que em minha vida escolar, meu ponto forte era focalizar naquelas disciplinas que envolviam estreitamente números e alguns problemas com cálculos simples, eu conseguia compreender tudo com pouco esforço, e fazia coisas que os outros garotos nunca fizeram. Por enquanto, os únicos problemas que eu tinha na vida, eram aqueles que eu mesmo causava.
No ambiente educacional, habitualmente aprende-se com formalidade que ouvir falar de números é uma coisa, e outra é o procedimento de resolver operações matemáticas (nessa disciplina eu ganhava sempre cem, mas aqui fora, perdia mil). Por outro lado, com a gramática eu era péssimo, pois acreditava que só dizia respeito ao falar. E falar, eu falava de qualquer jeito, estando certo ou não. Isso era uma coisa na minha vida que me tornava integralmente incapaz de viver comigo mesmo, e muito cedo determinei que a capacidade de falar, não era suficientemente uma forma real da inteligência. E para mim a curiosidade impensada, sempre foi maior que a educação. Em uma das minhas dezenas de visitas na sala do Serviço de Orientação Educacional (SOE), após uma entediante espera, o atendente me olhou demoradamente bem sério, com simplicidade e disse, após me classificar como um sujeito ajustável, imprevisível, inconveniente e sem nenhuma responsabilidade: “Você parece tão culpado daquilo que te acusam, que estou ligeiramente convencido da sua total inocência”. Fazendo uso do benefício da dúvida. Disse ainda que eu tinha um tal de discernimento, e ninguém se dava conta disso. O que ele não sabia, é que eu naturalmente tinha a fisionomia de um verdadeiro culpado. Falou sobre as impressões que ficam para sempre e podem causar uma crise na vida da gente. Acabou por confessar com cordialidade (mesmo sem perceber) que sendo ser humano, estaria sempre torcendo pelo lado mais fraco, pelos perdedores, ou seja: por mim. Disse que era louvável eu aceitar a culpa pelo erro dos outros, mas que a função dele era não deixar essas coisas acontecerem. Afirmou que minha atitude não era justa, mal sabia ele que eu fazia isso o tempo todo, mesmo sem saber o motivo. Finalizou dizendo que a reputação sempre abre ou fecha portas, e que a minha era péssima. Então decidi que toda vez que me deparar com uma porta fechada, vou abrir no chute.
Acredito que ele ia dizer que eu não tinha o menor talento pra ser responsável, mas guardou as palavras. Respondi atentamente que gostava de ajudar as pessoas a encontrar o caminho certo, quando sabia que estavam no errado. E encerrei dizendo que acreditava na existência de momentos na vida que quando se perde, é que realmente se ganha. Hoje ainda consigo lembrar dos conselhos dele, pois profissionais da educação bons e sinceros são marcantes em nossa vida. Na sala dele tinha um cartaz onde estava escrito: Um homem não é nada, além daquilo que a educação faz dele (autor desconhecido). Ele tinha um semblante magnífico de inquieta curiosidade, que eu acreditei ser focada mais na preocupação do que na franqueza, de certo à procura de alguém para exercitar positivamente sua pedagogia, e encontrar a bondade natural das pessoas. Mas quanto a isso, pouca informação poderei fornecer. Na mesa de trabalho dele tinha um livro com o título: Crianças fortes e selvagens. No mesmo instante, eu descobri não ser uma coisa, nem a outra. A sala dele era impecável, pois defendia que: um ambiente de trabalho limpo e organizado, aumenta a produtividade. E sua conduta, era feita de “palavras cuidadas”, ponderadas e bem pensadas. Ainda me perguntou se eu estava tendo um dia ruim, e minha resposta imediata foi: “Eu só conheço dias ruins”.
Enquanto isso, meu histórico de insubordinação, só crescia. Era uma quinta-feira e ele já tinha atendido 13 pessoas naquela semana e eu estava lá pela sexta visita (minha pasta já tinha até lugar reservado), e entendia cada vez menos as suas teorias psicológicas. Uma grande vergonha por não entender, tinha sido evitada, mas foi substituída por uma maior ainda (pela quantidade de visitas). Minha realidade, parecia ser um simples conjunto de ilusões. Ao sair daquela sala, eu tinha um aspecto parecido com o de um cachorro molhado que tinha caído do caminhão de mudanças. Por fim, ele disse que coisas interessantes acontecem quando pessoas normais se envolvem em atividades que são anormais. Em contrapartida, eu disse que tinha certeza que perdedores nunca ganham.
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Continua ....
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